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Um dos maiores jornais do mundo também deu destaques às atrasadas obras de Cuiabá. Foto: Reprodução/Internet |
Cuiabá foi novamente destaque internacional,
desta vez no jornal ‘The New York Times’, um dos mais conceituados nos Estados
Unidos. A matéria, publicada na última segunda-feira (26), traz um panorama
sobre como estão as obras da capital mato-grossense para a Copa do Mundo e
duras críticas aos atrasos.
A reportagem começa
comparando o público do campeonato estadual de Cuiabá com a Expoagro: “Quatro
dias de rodeio aqui traz aproximadamente 80 mil pessoas, quase o dobro do que a
liga estadual de futebol do Estado atraiu durante o ano passado”. O repórter
Seth Kugel ainda lembra que nenhum time local conseguiu chegar à primeira
divisão desde 1980.
Segundo o jornal, este foi
um dos motivos da surpresa com a escolha de Cuiabá como cidade-sede do Mundial
de 2014, que resolveu construir um novo estádio e investir $ 1,4 bilhões para
modernizar a infraestrutura antiquada da qual tinha. “Nós somos os líderes
mundiais em Agronegócio. Nós precisamos levantar a nossa capital para coincidir
com a influência do nosso estado”, disse o secretário extraordinário da Copa do
Mundo, Maurício Guimarães.
Ainda é dito que os turistas
devem esquecer como se diz “Bom dia” e “Obrigado” em português e começar a
aprender palavras como “Desvio” e “Em Obras”. Isso porque a cidade é retratada
como um verdadeiro canteiro de obras. O governo do Estado já anunciou que
muitas das obras de mobilidade urbana não ficarão prontas em sua totalidade até
o início do evento.
“É uma vergonha a cidade
aparecer desta maneira para os turistas. Eles deveriam ter investido apenas no
estádio, aeroporto e principais avenidas. Mas o plano era muito extenso. A
cidade vai se sair bem, mas quando? Pode ser daqui a um, dois, cinco ou 11 anos”,
disse ao jornal Hélio Pimentel, músico e escritor que vive em Cuiabá.
A publicação afirma também
que a capital mato-grossense é pouco conhecida mesmo dentro do país, este é
outro dos fatos que causou a surpresa na escolha do município para sediar jogos
do torneio. “Até Manaus, muitas vezes caricaturado como sendo uma selva pela
imprensa mundial, tem 1,8 milhões de habitantes e voos diretos para Miami e
décadas de experiências com pessoas que vão até a cidade por conta da floresta
amazônica”.
A Expoagro é tida como um
dos sucessos na cidade, por levar um grande público (cerca de 300 mil pessoas)
durante a sua realização. O jornal ainda lembra da relação de amizade entre o
então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador e hoje senador
Blairo Maggi (PR) que pode ter facilitado a escolha de Cuiabá como sede.
O secretário da Secopa
lamentou o declínio do futebol, mas acredita que a Copa ajudará o futebol
voltar a crescer no Estado: “Nós temos uma grande tradição no futebol. Mas em
20 anos ele tem estado em declínio. Estou confiante que o Mundial de 2014 foi
apenas o pontapé necessário para trazê-lo de volta”.
Funcionários que trabalham
nas obras da Copa reclamaram do curto espaço de tempo para construir diversas
obras. O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ganhou destaque na publicação que
trouxe uma declaração do promotor do Ministério Público, Clóvis de Almeida
Júnior: “Não houve nenhum estudo técnico ou de viabilidade. Não havia outro
resultado possível, além do caos”.
Vários outros projetos
prometidos para a Copa do Mundo e que não serão entregues foram elencados na
matéria, porém, Maurício Guimarães voltou a ressaltar o discurso de que o
essencial para a realização do torneio será entregue. Já o prefeito de Cuiabá,
Mauro Mendes (PSB), afirmou que: “Um lugar onde as obras públicas estão em
andamento é um lugar que está sendo transformado”. Confira a matéria (em
inglês) clicando AQUI.
*trechos com tradução livre
Fontes: Olhar Direto e New York Times
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