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Cidade nasceu depois da criação de vilarejo de Forquilha, no século XVIII.Foto: G1/MT |
A busca por índios foi o
fator determinante que trouxe os bandeirantes para o território que hoje
chamamos de Cuiabá. Entretanto, foram as histórias a respeito da abundância de
ouro nesta região que atraíram ainda mais os paulistas para estas terras. Nesse
sentido, a Forquilha e, principalmente, as Lavras do Sutil foram fundamentais
na fundação e construção da capital mato-grossense. E, mais tarde, o Campo
D’Ourique também se tornou palco de muitos acontecimentos. Abaixo, o G1 conta
um pouco sobre esses pontos históricos.
Forquilha
Um vilarejo que ficava às
margens de onde o Rio Mutuca deságua no Rio Coxipó, cujo formato lembrava o de
uma forquilha. Na localidade havia ouro em abundância e, por isso, a população
era formada basicamente por garimpeiros. A chegada de pessoas à área ocorreu
dois anos após os bandeirantes lavrarem a Ata de Fundação de Cuiabá, em 1719,
na localidade chamada de São Gonçalo Velho - na confluência do Rio Cuiabá com o
Rio Coxipó.
As casas da Forquilha eram
de pau a pique e cobertas com folhas de babaçu, explica o historiador João
Carlos Vicente Ferreira. Aproximadamente 5 mil pessoas viviam ali. A primeira
igreja de Cuiabá foi erguida na Forquilha, com a primeira missa sendo celebrada
pelo padre Jeronymo Botelho. A existência do vilarejo, no entanto, foi curta.
“Era um povoado garimpeiro
que teve duração efêmera, entre 1721 e 1722. Terminou depois que os garimpeiros
retiraram boa parte do ouro e foram até onde se encontra hoje a Igreja do
Rosário”, disse. Atualmente, afirma o historiador, não há nada ali que lembre o
povoado.
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As Lavras do Sutil ficavam onde hoje localiza-se a região da Igreja do Rosário, um das mais tradicionais de Cuiabá.Foto:G1/MT |
Lavras do Sutil
Aquela que foi considerada a
região mais abundante em ouro de Cuiabá foi descoberta por acaso, depois que o
agricultor Miguel Sutil mandou dois índios irem buscar mel para ele. “Os dois
indígenas não encontraram o que estavam procurando, mas, no caminho, acharam
pepitas de ouro e levaram até o patrão, porque sabiam que iriam agradar”, conta
Ferreira.
Encantados com o que viram,
Miguel Sutil e o amigo Barbado - o nome Córrego do Barbado é em homenagem a ele
- foram até o local onde as pepitas foram recolhidas. E ficaram espantados com
a quantidade de ouro que havia no local, que ficou conhecido como Lavras do
Sutil. “A cidade se formou de verdade a partir da descoberta do ouro ali. Deu
início, por exemplo, à construção da Rua de Cima, de Baixo e do Meio, hoje
localizadas no Centro Histórico de Cuiabá”, afirma o historiador.
Palco de touradas, festas
religiosas e mortes. O Campo D’Ourique, onde atualmente fica a Praça Moreira
Cabral e a Câmara Municipal de Cuiabá, teve vários nomes ao longo dos anos. O
primeiro deles foi Campo do Alegre, uma homenagem à vitória dos mato-grossenses
travada em 1865, na Fazenda do Alegre, contra os paraguaios.
Depois, foi chamado de Largo
da Forca, espaço para onde eram levados os prisioneiros do Arsenal de Guerra –
atualmente Sesc Arsenal – para serem enforcados. “No período imperial existia a
pena de morte no Brasil. A prática de matar na forca terminou com o fim do
império no país”, disse João Carlos Vicente Ferreira.
A partir de 1875, começou a
ser chamado de Campo D’Ourique, em alusão à vitória dos portugueses na guerra
contra os mouros, êxito que fixou Portugal como uma nação. A partir desse
período, foi ponto de festas de São Benedito e do Divino Espírito Santo e também
palco das touradas cuiabanas – a últimas delas na cidade em 1936.
Fonte: G1/MT
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