terça-feira, 8 de abril de 2014

Vilarejo e busca por índios e ouro levaram à fundação de Cuiabá

Cidade nasceu depois da criação de vilarejo de Forquilha, no século XVIII.Foto: G1/MT
A busca por índios foi o fator determinante que trouxe os bandeirantes para o território que hoje chamamos de Cuiabá. Entretanto, foram as histórias a respeito da abundância de ouro nesta região que atraíram ainda mais os paulistas para estas terras. Nesse sentido, a Forquilha e, principalmente, as Lavras do Sutil foram fundamentais na fundação e construção da capital mato-grossense. E, mais tarde, o Campo D’Ourique também se tornou palco de muitos acontecimentos. Abaixo, o G1 conta um pouco sobre esses pontos históricos.
Forquilha

Um vilarejo que ficava às margens de onde o Rio Mutuca deságua no Rio Coxipó, cujo formato lembrava o de uma forquilha. Na localidade havia ouro em abundância e, por isso, a população era formada basicamente por garimpeiros. A chegada de pessoas à área ocorreu dois anos após os bandeirantes lavrarem a Ata de Fundação de Cuiabá, em 1719, na localidade chamada de São Gonçalo Velho - na confluência do Rio Cuiabá com o Rio Coxipó.

As casas da Forquilha eram de pau a pique e cobertas com folhas de babaçu, explica o historiador João Carlos Vicente Ferreira. Aproximadamente 5 mil pessoas viviam ali. A primeira igreja de Cuiabá foi erguida na Forquilha, com a primeira missa sendo celebrada pelo padre Jeronymo Botelho. A existência do vilarejo, no entanto, foi curta.

“Era um povoado garimpeiro que teve duração efêmera, entre 1721 e 1722. Terminou depois que os garimpeiros retiraram boa parte do ouro e foram até onde se encontra hoje a Igreja do Rosário”, disse. Atualmente, afirma o historiador, não há nada ali que lembre o povoado.
As Lavras do Sutil ficavam onde hoje localiza-se
a região da Igreja do Rosário, um das mais tradicionais
de Cuiabá.Foto:G1/MT

Lavras do Sutil

Aquela que foi considerada a região mais abundante em ouro de Cuiabá foi descoberta por acaso, depois que o agricultor Miguel Sutil mandou dois índios irem buscar mel para ele. “Os dois indígenas não encontraram o que estavam procurando, mas, no caminho, acharam pepitas de ouro e levaram até o patrão, porque sabiam que iriam agradar”, conta Ferreira.

Encantados com o que viram, Miguel Sutil e o amigo Barbado - o nome Córrego do Barbado é em homenagem a ele - foram até o local onde as pepitas foram recolhidas. E ficaram espantados com a quantidade de ouro que havia no local, que ficou conhecido como Lavras do Sutil. “A cidade se formou de verdade a partir da descoberta do ouro ali. Deu início, por exemplo, à construção da Rua de Cima, de Baixo e do Meio, hoje localizadas no Centro Histórico de Cuiabá”, afirma o historiador.

Palco de touradas, festas religiosas e mortes. O Campo D’Ourique, onde atualmente fica a Praça Moreira Cabral e a Câmara Municipal de Cuiabá, teve vários nomes ao longo dos anos. O primeiro deles foi Campo do Alegre, uma homenagem à vitória dos mato-grossenses travada em 1865, na Fazenda do Alegre, contra os paraguaios.

Depois, foi chamado de Largo da Forca, espaço para onde eram levados os prisioneiros do Arsenal de Guerra – atualmente Sesc Arsenal – para serem enforcados. “No período imperial existia a pena de morte no Brasil. A prática de matar na forca terminou com o fim do império no país”, disse João Carlos Vicente Ferreira.


A partir de 1875, começou a ser chamado de Campo D’Ourique, em alusão à vitória dos portugueses na guerra contra os mouros, êxito que fixou Portugal como uma nação. A partir desse período, foi ponto de festas de São Benedito e do Divino Espírito Santo e também palco das touradas cuiabanas – a últimas delas na cidade em 1936.

Fonte: G1/MT

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