Policiais cobram melhores condições de trabalho.
Foto: Patrícia Neves/Olhar Direto
|
Policiais Militares que
atuam em Mato Grosso 'estudam' parar os serviços pouco antes dos jogos do
Mundial da Copa do Mundo Fifa como estratégia de pressão contra o governo. A
ameaça foi feita por praças (soldados, cabos, sargentos e subtenentes) que
iniciaram na manhã de hoje (22) um protesto cobrando melhorias salariais, assim
como a redução das escalas de serviço, realização de novo concurso público.
Pela manhã cerca de 30 policiais – que não estavam em escala de serviço - se
reuniram na praça do Ipase, em Várzea Grande.
As redes sociais foram amplamente
empregadas para garantir a adesão ao movimento.Os ‘praças’ representam
cerca de 4,5 mil policiais. Hoje, o efetivo total da Polícia Militar é de cerca
de 6,5 mil policiais (praças e oficiais – que inclui as patentes de tenente,
capitães, major, tenente-coronel e coronel).
A informação quanto a um
protesto às vésperas da Copa do Mundo foi divulgada pouco depois de um intenso
movimento grevista realizado por policiais militares na Bahia, que resultou em
destruição e prisões de militares. Em Mato Grosso, as reinvindicações são
coordenadas pela Associação dos Praças dos Policiais Militares (ASPRAMAT). É
vetada aos membros das instituição militar a realização de movimentos
grevistas, porém, a estratégia é avaliada.
“Nós iniciamos essa luta
salarial em novembro de 2013, com o movimento dos 50% que previa que um
subtenente recebesse metade do salário de um coronel, que repercutiria para
toda classe de praças”, explica o cabo PM Elizeu Nascimento. Ele cita que
atualmente o salário inicial de um coronel da PM é um pouco mais de R$ 18.300,
enquanto o de subtenente é de aproximadamente R$ 5.900. Elizeu também lembra
que, de acordo com um estudo realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança
Pública, o salário dos praças em Mato Grosso é o quarto pior do Brasil,
enquanto ao dos coronéis é o segundo melhor do país.
Ele destacou que a
Assembleia Legislativa aprovou no final de março o Plano de Cargos e Carreiras
para a categoria, porém, sem benefícios pecuniários imediatos. “Cheguei a ser
recebido pelo governador, mas sem sucesso a nossa solicitação”.
Também representante da
Associação, o sargento Gleyton José Resende, defende a legitimidade das
cobranças, considerando o esforço diário de cada policial militar. Ele
reafirmou ainda que a nova Associação foi criada para garantir um diálogo com o
governo do Estado. “Não nos sentíamos representados e por isso a fundação de
uma nova Associação”, pontua.
Gleyton afirmou a reportagem que pediu
afastamento de suas funções junto a PM para poder atuar. Ele ainda ponderou
quanto a necessidade do cumprimento de rigorosas escalas em que policial não
possui tempo de descanso.
"O militar, mesmo que
esteja de folga, pode ser convocado para ir ao Fórum ser ouvido e não existe a
negativa. O militar comparece com seu veículo, no momento em que deveria estar
cumprindo sua folga”.
A reportagem do Olhar Direto
entrou em contato na manhã de hoje com a Associação dos Cabos e Soldados da
Polícia Militar e Corpo de Bombeiros de Mato Grosso, que participou das
reuniões com o Governo do Estado, e
informou que somente teve conhecimento do protesto mediante a veiculação em
mídias sociais.
A reportagem do Olhar Direto
entrou em contato com a Secretaria de Comunicação do Governo do Estado
(Secom-MT) e aguarda posicionamento sobre as reinvindicações apresentadas.
Fonte: Olhar Direto
Nenhum comentário:
Postar um comentário